A partir de um instante
Cotidiano, Devaneios, Amor: Momentos de ficção, passagens verdadeiras, viagens internas, devaneios e tentativas de entender o que se passa.
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
Quem é de verdade?
Me ofereceram determinadas substâncias e disseram que iriam me ajudar. Seria pagar para respirar? Seria pagar para apagar?
Me ofereceram uma alternativa e disseram que é assim mesmo, que o peso é grande. Seria assumir as fraquezas? Seria o tratamento contra um mundo doente?
Onde reside esse mal todo? Não seria só passar por cima? E se a dosagem for demais?
A falta de diagnóstico em tudo aquilo que nos envolve é exatamente o que nos faz doente.
Então a gente passa por maluco quando na verdade o problema é a falta de estômago para essa corrosão ambulante que nos cerca, nos enoja, nos leva ao coma para que depois peçam que desliguem os aparelhos.
É como te matam fazendo parecer normal. É quando se livram de você para o derramar de falsas lágrimas.
Doente é o mundo. Doente são as vidas de faz de conta. Doente é quem finge entender, finge aceitar, finge ser parte do esquema, sendo aquilo que querem que você seja.
Quem é de verdade?
SLSJR
Me ofereceram uma alternativa e disseram que é assim mesmo, que o peso é grande. Seria assumir as fraquezas? Seria o tratamento contra um mundo doente?
Onde reside esse mal todo? Não seria só passar por cima? E se a dosagem for demais?
A falta de diagnóstico em tudo aquilo que nos envolve é exatamente o que nos faz doente.
Então a gente passa por maluco quando na verdade o problema é a falta de estômago para essa corrosão ambulante que nos cerca, nos enoja, nos leva ao coma para que depois peçam que desliguem os aparelhos.
É como te matam fazendo parecer normal. É quando se livram de você para o derramar de falsas lágrimas.
Doente é o mundo. Doente são as vidas de faz de conta. Doente é quem finge entender, finge aceitar, finge ser parte do esquema, sendo aquilo que querem que você seja.
Quem é de verdade?
SLSJR
domingo, 14 de agosto de 2016
quarta-feira, 27 de abril de 2016
quarta-feira, 6 de abril de 2016
Outro Lugar
Outro Lugar
Retalhos
busquei para me
remendar
Preencher
partes que deixei para trás
Costuras usei para
disfarçar buracos
Seguir sem
aquilo que não volta mais
No rosto
pintei sorrisos
Maquiagem era
preciso
E assim
ninguém nem percebeu
Que na
verdade eu morri
Mas também
sobrevivi
E acordei sem
saber o que me aconteceu
Olhei pra
trás, nada encontrei,
Buscando o
que nem eu mesmo sei
Não tenho
casa, não tenho lar
Talvez eu me
encontre em outro lugar
Olhei pra
trás, nada encontrei,
Buscando o
que nem eu mesmo sei
Não tenho
casa, não tenho lar
Talvez nem
aqui nem lá seja pra ficar
(slsjr)
#apartirdeuminstante
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Passos incertos
Com quem
falar sobre o que passou?
O que dizer
sobre o que restou?
Foi uma peça
que não permitiu ensaios.
Como entender
o que não foi lido?
Qual a
interpretação para o que não foi escrito?
Foi um filme
sem edição para o final.
Aquele chão
se abriu e uma cratera surgiu a engolir tudo que ali se encontrava.
Tudo se foi
num click, num tempo breve, mas que se estendeu por infinitos dias.
Quantos
fantasmas, quantos questionamentos, quantos dias cheios de nada.
Aquele mar se
mostrou feroz, revolto, proporcionando um naufrágio, misturando-se a lágrimas
de um temporal que encharcou todo terreno, deixando os passos incertos,
escorregadios, falsos e sem direção.
(slsjr)
#apartirdeuminstante
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Cicatrização
A
cicatrização foi lenta e muitos curativos foram utilizados de forma paliativa. Ao
longo dos meses, várias doses de diversos medicamentos não convencionais foram
administradas. A morfina da vida se fazia presente em sessões que minimizavam, mesmo
que temporariamente, o estrago.
O
sangue foi derramado e estancado muitas vezes. A febre dava sinais de que o
corpo estava doente e gritando. Faltava ar, faltava caminhar, faltava olhar em
volta e perceber outros caminhos.
O
tratamento parecia não resolver a vulnerabilidade de forma definitiva. Foram
altos e baixos cercados de maquiagem e assim poucos poderiam enxergar de fato o
que retratava aquele semblante.
Havia
um mar de lama. Eram decepções em cadeia e uma sequência de perguntas sem
resposta. Havia uma única opção. Era não voltar, estando cada vez mais distante.
Foi quando aquela ópera aparentemente interminável parou de tocar.
Após
meses um novo dia amanheceu, o ar deixou de ser rarefeito, a ferida virou
apenas cicatriz e uma nova canção tocou.
Cicatrização (slsjr)
#apartirdeuminstante
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Escolhas cegas
Os sinais se mostram, mas muitas vezes os ignoramos.
Os avisos chegam
e fingimos não perceber.
Acreditar apenas no
que se quer acreditar é, de fato, menos dolorido e mais fácil.
Protege e nos mantem no mundo perfeito e imaginário do qual não se quer sair por incertezas, medo, covardia, preguiça e comodismo.
Passos longos cansam,
a verdade amedronta e a vida segue mergulhada na inércia.
Teu sorriso é mascara tatuada e suas
lágrimas resultado de escolhas cegas.
slsjr
#apartirdeuminstante
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
domingo, 3 de janeiro de 2016
Exorcizando demônios
Escrevendo,
vou exorcizando meus demônios: É
quando digo o quanto te amo e o quanto quero que você se foda. É
quando eu digo o quanto te quero e o quanto você me faz mal. É
quando eu grito para que possa me ouvir mesmo de longe e quando
sussurro para convencer a mim mesmo que estou vivo. É quando eu me
trato sem remédios ou curativos. É quando eu morro para renascer. É
quando me resolvo, tiro minhas conclusões e entendo momentaneamente
que não preciso de nada que me falta. É o meu monólogo, a minha
carreira solo nessa vida em que, mesmo em meio a uma multidão, no
fim das contas, percebemos que somos apenas nós e nada mais.
Exorcizando
meus demônios, eu me limpo por dentro, me fortaleço por fora, sigo
matando o que tenta me matar, derrubando as paredes que tentam me
cercar, deixando para trás o que tenta de forma mal intencionada me
abraçar.
Exorcizando
meus demônios, eu finjo olhar na tua cara, quando, na verdade, eu
vejo através da sua derme o quanto oca é a alma tua.
Exorcizando
meus demônios, eu vou adorando essa merda toda, essa falta de amor,
de pureza, de caráter, de gentileza. Exorcizando meus demônios, eu
reencarno para começar tudo novamente, dia após dia.
slsjr
#apartirdeuminstante
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Outro mundo
Outro mundo (slsjr)
Não conheci o outro
mundo por querer.
Ele chegou sem dizer
“olá”.
Meteu o pé na porta,
surpreendendo, mostrando que muito ainda estaria por vir, que as experiências
anteriores não eram nada, que não serviam e que não agregavam.
Não conheci o outro
mundo por querer.
Ele chegou sem
discrição.
Sem pena e sem
cuidado deixou claro que o início de verdade era ali e que agora sim as lições
seriam úteis, válidas e principalmente necessárias.
#apartirdeuminstante
domingo, 1 de novembro de 2015
Bem fácil
Só
é difícil quando acordo sabendo que não encontrarei meu sorriso ao
decorrer do dia.
Quando
deito sabendo que não receberei aquele “boa noite”.
Só
é difícil quando volto aos lugares onde fomos e imagino nós dois
lá.
Quando
conheço novos lugares e imagino como você gostaria deles.
Só
é difícil quando ouço as canções que foram chamadas de nossa
trilha sonora.
Quando
tenho de ignorar os refrões em versos que escrevi pra ti.
Só
é difícil quando alguém pergunta sobre nós.
Quando
respondo sobre sua ausência nessa hora.
Só
é difícil quando lembro que não preciso te esperar para adormecer.
Quando
percebo que essa ausência agora é a minha companhia.
Só
é difícil quando recordo tudo que foi dito.
Quando
entendo que o “para sempre” foi uma temporada.
Só
é difícil quando me perguntam sobre casamento e filhos.
Quando
aceito que esses planos não me pertencem mais.
Só
é difícil quando o fim de semana se aproxima.
Quando
planejo o que fazer sem te incluir nos planos.
Só
é difícil quando eu perco para meu tolo coração.
Quando
aceito os fatos mesmo sabendo do que preciso.
Só
é difícil quando me pego falando sozinho.
Quando
tenho a certeza de que não tenho mais voz em você.
Só
é difícil quando eu tento encontrar o erro.
Quando
quero corrigir aquilo que não se conhece o defeito.
Só
é difícil quando imagino meu futuro.
Quando
sei que não será no meu lugar preferido.
Só
é difícil quando vejo casais seguindo felizes e realizando sonhos.
Quando
vejo meu sonho partir.
Só
é difícil quando sinto falta das brincadeiras e provocações.
Quando
sigo sem a mesma alegria de antes.
Só
é difícil quando desejo voltar no tempo para sentir o primeiro
beijo, aquele cheiro.
Quando
sei exatamente como é e não ter mais.
Só
é difícil quando vejo que hoje só existem lembranças.
Quando
questiono se elas deveriam mesmo ocupar a biblioteca de minha
memória.
Só
é difícil por ser o amor da minha vida.
O
resto é bem fácil.
slsjr
#apartirdeuminstante
A opção
A
opção foi seguir pelo caminho menos dolorido, foi recusar as
migalhas que eram oferecidas, foi passear por lares temporários até
que novamente a terra firme pudesse se apresentar.
A
opção foi fazer de conta que existia outro mundo para viver, onde
as lembranças não existissem, onde tudo pudesse ser feito sem que o
passado fosse o presente e ainda tentasse ser o futuro.
A
opção foi ignorar a existência, foi proteger a memória de
lembranças recentes, foi deixar lá atrás o que me deixou para
trás, foi não estar perto de quem saiu de perto.
A
opção foi viver o luto, encarar a abstinência, desligar os
aparelhos, passar pelo coma e renascer nesse novo velho mundo.
A
opção foi não esperar volta, foi olhar em volta, foi o silêncio
de volta, foi a distância saudável ao coração que adoeceu.
A
opção foi permitir o lado bom, foi enxergar de longe, foi refletir
os passos, foi tirar lições, foi entender que ainda falta muito.
A
opção foi entender que todo fim é um começo, que todo começo é
uma nova chance, que toda chance precisa ser aproveitada e assim
continuar passo a passo rumo a um novo episódio desse dramalhão
Mexicano chamado vida.
slsjr
#apartirdeuminstante
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Fora do ar
Simular
a saudade não era preciso.
Fingir o choro não se fez necessário.
Foi
quando o tempo parou na voz tua, na presença tua, na ausência
tua.
slsjr
domingo, 23 de agosto de 2015
Abraço derradeiro
Certa vezes até podemos olhar para trás, esticar os braços e novamente tocar aquilo que acabou de passar por nós. Mas se aquilo que passou foi definitivo, no máximo encontraremos a resistência do ar ao movimentarmos nosso corpo.
O mais desesperador é saber que não existe nenhum controle sobre isso e que de uma hora para outra você simplesmente não vê mais, não sente mais, não encontra mais e que seu disco rígido natural é o único lugar onde aquilo que se foi permanece vivo.
Mas se o vazio é sentido, certamente não era a hora do fim. Se a missão foi interrompida é porque ela ainda terá outros capítulos.
Aprendi que somos instantes, mas que também somos intervalos, somos ciclos e vivemos muitas vezes para que um dia possamos encontrar o nível de evolução que precisamos para nunca mais mudar de dimensão. Tudo é um até breve até o abraço derradeiro.
slsjr
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
Golpe
O golpe veio de onde menos se
esperava.
Foi surpreendente e seco.
Mil réplicas não seriam suficientes para redirecioná-lo.
Era decidido e irremediável.
Me vi irreconhecível, um resquício de mim mesmo, um novo velho eu, com partes aqui, partes lá, olhando sem enxergar, escutando sem ouvir.
Num blackout as luzes se apagaram.
Num toque de recolher as portas bateram.
Num caos as janelas de fuga se fecharam.
Sobrevivi.
Foi surpreendente e seco.
A primeira sensação foi de um terreno assolado.
Era escuro e ensurdecedor.
Me vi mergulhado em um oceano de águas
sujas, me afogando em uma paz infernal, sentindo o corpo queimar pela chuva
ácida em lágrimas torrentes.
O golpe soou como uma martelada
certeira.
Foi direto e incontornável.Mil réplicas não seriam suficientes para redirecioná-lo.
Era decidido e irremediável.
Me vi irreconhecível, um resquício de mim mesmo, um novo velho eu, com partes aqui, partes lá, olhando sem enxergar, escutando sem ouvir.
Num blackout as luzes se apagaram.
Num toque de recolher as portas bateram.
Num caos as janelas de fuga se fecharam.
Mas outros dias vieram.
A respiração voltou e uma nova canção
tocou. Sobrevivi.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Cicatriz
E
por aí deixei muitas partes de mim. Em lugares por onde passei, em contos que
escrevi, em refrões que cantei, nas pessoas que amei.
Sou o peixe que jamais respira fora da água.
E
por aí restam algumas partes ainda. Os dias em que sorri, pessoas que conheci,
paixões que vivi, dias que nem senti.
Hoje
me virei do avesso para me enxergar plenamente, percebendo várias e gigantes
lacunas que não se preencheram ao longo desses anos. Estar só, em meio a uma
multidão, já deixa de ser um estado para ser aceito como a verdadeira forma de
ser, crescer, viver e quem sabe morrer. Morrer sem saber, morrer sem querer,
morrer sem deter essa avalanche descontrolada, inexplicável, irresponsável, cega,
ingênua e também lúcida que ilumina um céu de escuridão. Avalanche que grita
nos ouvidos, quebrando o silêncio, quebrando as regras, quebrando a banca, me
quebrando.
De
tantos buracos pareço uma peneira e, dessa forma, passam por mim todas as
coisas que nem percebo, que nem imagino e que sonho não viver sem.
Sou
aquela cicatriz feia, resultante das piores técnicas cirúrgicas.
Sou
um andarilho no piloto automático. Sou o peixe que jamais respira fora da água.
slsjr
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Já morri dezenas de vezes
Percebo
a vida como uma eterna busca. Hoje buscamos o amanhã para depois
lembrar do que conseguimos ontem, lembrar onde erramos, onde
acertamos, onde demos o máximo e onde deixamos algo por fazer. Mas
talvez uma das maiores buscas seja por respostas. As respostas
consequentes das nossas escolhas, caminhos, erros e acertos.
Por
muito tempo essas respostas podem permanecer escondidas, mas mesmo
demorando, prestando atenção nos pequenos sinais, nos detalhes, o
quebra-cabeça se forma e tudo faz sentido.
Hoje,
enfim, eu entendi porque aquilo jamais poderia ser de verdade. Não
me pertencia e pensar o contrário foi uma breve ilusão. Não fui
merecedor pelos erros cometidos, pela forma errada em que interferi,
pelo meu egoísmo em ser feliz a qualquer custo.
E
então percebo a vida como uma escola, cabendo a mim assimilar e
percorrer novos caminhos sem os mesmos passos em falso, sem a mesma
cegueira, sem me fazer de surdo.
Que os dias voltem a ser vistos e sentidos. Que volte o ar que se tornou rarefeito, pois se existia um preço acredito que já tenha sido pago em muitas e altas prestações. Se existia uma lição acredito que ela já tenha sido aprendida em todas as suas formas.
Que os dias voltem a ser vistos e sentidos. Que volte o ar que se tornou rarefeito, pois se existia um preço acredito que já tenha sido pago em muitas e altas prestações. Se existia uma lição acredito que ela já tenha sido aprendida em todas as suas formas.
Está
entendido, claro e límpido.
Está arquivado, entranhado e absorvido.
Caíram planos, sonhos, verdades, a entrega, a paz, a força e os
sorrisos.
Caiu o amor ao lado da máscara.
Caiu do alto, ferindo,
dificultando a cicatrização, prolongando a internação, adiando a
alta do coração.
Sim,
eu já morri dezenas de vezes.
Já posso reencarnar então.
slsjr
quarta-feira, 1 de abril de 2015
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