E
por aí restam algumas partes ainda. Os dias em que sorri, pessoas que conheci,
paixões que vivi, dias que nem senti.
Hoje
me virei do avesso para me enxergar plenamente, percebendo várias e gigantes
lacunas que não se preencheram ao longo desses anos. Estar só, em meio a uma
multidão, já deixa de ser um estado para ser aceito como a verdadeira forma de
ser, crescer, viver e quem sabe morrer. Morrer sem saber, morrer sem querer,
morrer sem deter essa avalanche descontrolada, inexplicável, irresponsável, cega,
ingênua e também lúcida que ilumina um céu de escuridão. Avalanche que grita
nos ouvidos, quebrando o silêncio, quebrando as regras, quebrando a banca, me
quebrando.
De
tantos buracos pareço uma peneira e, dessa forma, passam por mim todas as
coisas que nem percebo, que nem imagino e que sonho não viver sem.
Sou
aquela cicatriz feia, resultante das piores técnicas cirúrgicas.
Sou
um andarilho no piloto automático. Sou o peixe que jamais respira fora da água.
slsjr
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