Me ofereceram determinadas substâncias e disseram que iriam me ajudar. Seria pagar para respirar? Seria pagar para apagar?
Me ofereceram uma alternativa e disseram que é assim mesmo, que o peso é grande. Seria assumir as fraquezas? Seria o tratamento contra um mundo doente?
Onde reside esse mal todo? Não seria só passar por cima? E se a dosagem for demais?
A falta de diagnóstico em tudo aquilo que nos envolve é exatamente o que nos faz doente.
Então a gente passa por maluco quando na verdade o problema é a falta de estômago para essa corrosão ambulante que nos cerca, nos enoja, nos leva ao coma para que depois peçam que desliguem os aparelhos.
É como te matam fazendo parecer normal. É quando se livram de você para o derramar de falsas lágrimas.
Doente é o mundo. Doente são as vidas de faz de conta. Doente é quem finge entender, finge aceitar, finge ser parte do esquema, sendo aquilo que querem que você seja.
Quem é de verdade?
SLSJR
Cotidiano, Devaneios, Amor: Momentos de ficção, passagens verdadeiras, viagens internas, devaneios e tentativas de entender o que se passa.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
domingo, 14 de agosto de 2016
quarta-feira, 27 de abril de 2016
quarta-feira, 6 de abril de 2016
Outro Lugar
Outro Lugar
Retalhos
busquei para me
remendar
Preencher
partes que deixei para trás
Costuras usei para
disfarçar buracos
Seguir sem
aquilo que não volta mais
No rosto
pintei sorrisos
Maquiagem era
preciso
E assim
ninguém nem percebeu
Que na
verdade eu morri
Mas também
sobrevivi
E acordei sem
saber o que me aconteceu
Olhei pra
trás, nada encontrei,
Buscando o
que nem eu mesmo sei
Não tenho
casa, não tenho lar
Talvez eu me
encontre em outro lugar
Olhei pra
trás, nada encontrei,
Buscando o
que nem eu mesmo sei
Não tenho
casa, não tenho lar
Talvez nem
aqui nem lá seja pra ficar
(slsjr)
#apartirdeuminstante
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Passos incertos
Com quem
falar sobre o que passou?
O que dizer
sobre o que restou?
Foi uma peça
que não permitiu ensaios.
Como entender
o que não foi lido?
Qual a
interpretação para o que não foi escrito?
Foi um filme
sem edição para o final.
Aquele chão
se abriu e uma cratera surgiu a engolir tudo que ali se encontrava.
Tudo se foi
num click, num tempo breve, mas que se estendeu por infinitos dias.
Quantos
fantasmas, quantos questionamentos, quantos dias cheios de nada.
Aquele mar se
mostrou feroz, revolto, proporcionando um naufrágio, misturando-se a lágrimas
de um temporal que encharcou todo terreno, deixando os passos incertos,
escorregadios, falsos e sem direção.
(slsjr)
#apartirdeuminstante
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Cicatrização
A
cicatrização foi lenta e muitos curativos foram utilizados de forma paliativa. Ao
longo dos meses, várias doses de diversos medicamentos não convencionais foram
administradas. A morfina da vida se fazia presente em sessões que minimizavam, mesmo
que temporariamente, o estrago.
O
sangue foi derramado e estancado muitas vezes. A febre dava sinais de que o
corpo estava doente e gritando. Faltava ar, faltava caminhar, faltava olhar em
volta e perceber outros caminhos.
O
tratamento parecia não resolver a vulnerabilidade de forma definitiva. Foram
altos e baixos cercados de maquiagem e assim poucos poderiam enxergar de fato o
que retratava aquele semblante.
Havia
um mar de lama. Eram decepções em cadeia e uma sequência de perguntas sem
resposta. Havia uma única opção. Era não voltar, estando cada vez mais distante.
Foi quando aquela ópera aparentemente interminável parou de tocar.
Após
meses um novo dia amanheceu, o ar deixou de ser rarefeito, a ferida virou
apenas cicatriz e uma nova canção tocou.
Cicatrização (slsjr)
#apartirdeuminstante
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Escolhas cegas
Os sinais se mostram, mas muitas vezes os ignoramos.
Os avisos chegam
e fingimos não perceber.
Acreditar apenas no
que se quer acreditar é, de fato, menos dolorido e mais fácil.
Protege e nos mantem no mundo perfeito e imaginário do qual não se quer sair por incertezas, medo, covardia, preguiça e comodismo.
Passos longos cansam,
a verdade amedronta e a vida segue mergulhada na inércia.
Teu sorriso é mascara tatuada e suas
lágrimas resultado de escolhas cegas.
slsjr
#apartirdeuminstante
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
domingo, 3 de janeiro de 2016
Exorcizando demônios
Escrevendo,
vou exorcizando meus demônios: É
quando digo o quanto te amo e o quanto quero que você se foda. É
quando eu digo o quanto te quero e o quanto você me faz mal. É
quando eu grito para que possa me ouvir mesmo de longe e quando
sussurro para convencer a mim mesmo que estou vivo. É quando eu me
trato sem remédios ou curativos. É quando eu morro para renascer. É
quando me resolvo, tiro minhas conclusões e entendo momentaneamente
que não preciso de nada que me falta. É o meu monólogo, a minha
carreira solo nessa vida em que, mesmo em meio a uma multidão, no
fim das contas, percebemos que somos apenas nós e nada mais.
Exorcizando
meus demônios, eu me limpo por dentro, me fortaleço por fora, sigo
matando o que tenta me matar, derrubando as paredes que tentam me
cercar, deixando para trás o que tenta de forma mal intencionada me
abraçar.
Exorcizando
meus demônios, eu finjo olhar na tua cara, quando, na verdade, eu
vejo através da sua derme o quanto oca é a alma tua.
Exorcizando
meus demônios, eu vou adorando essa merda toda, essa falta de amor,
de pureza, de caráter, de gentileza. Exorcizando meus demônios, eu
reencarno para começar tudo novamente, dia após dia.
slsjr
#apartirdeuminstante
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