domingo, 28 de julho de 2013

Caminhos


Não, a dor, a saudade, o vazio, a ausência, nada disso passa, mas o tempo faz com você se acostume com o que lhe falta. Um dia de cada vez, um pouco a cada hora em doses homeopáticas e você segue, continua, vai à frente mesmo incompleto, mesmo com lacunas em aberto.

Mas o impossível é apenas uma opinião, então por mais que você apanhe, por mais que esteja a quilômetros de distância das coisas que quer e de quem quer continuar é necessário, acreditando e sonhando que pode chegar lá.


Então siga e vá até aonde possa sentir o ar, os hábitos, sem desistir dos bons momentos. Lá aonde possa preencher as brechas, as fissuras e as lacunas de felicidade, vencendo a guerra silenciosa que sorrateiramente tenta nos vencer diariamente.


Dizer não a rotina é uma obrigação. Não desistir dos sorrisos é um dever. Não aceitar o que não merece é uma obrigação, pois fazemos nosso caminho, fazemos nossas escolhas e decidimos pra onde ir.

sábado, 20 de julho de 2013

Meu lar


Quero de volta o meu lar
Mas onde fica? Tenho pra onde voltar?

Outrora pensei ter encontrado
Mas a porta se abriu e lá já morava alguém

Mas eu me sentia tão em casa
Não era lá então?

Não, não era
Ouvi algumas vezes que não

Mas a vontade de estar lá era tanta
Talvez eu tenha estado cego por alguns momentos

Não percebi então
Não seria lá meu novo endereço

Sonhar cega? Ouvir o coração cega?
Definitivamente cega


Mas e o paradoxo em me sentir tão lúcido?
Lucidamente cego, tendo a certeza de não saber mais nada

Então onde estão as verdades?
Vejo o girar do mundo e aguardo minha vez

Mas saberei quando chegar?
Pode ter passado sem que eu tenha percebido

Então por onde anda minha razão?
Terei eu me tornado um tolo?

E se as portas seguirem se fechando?
Buscarei atalhos ou as janelas que possam me levar


Não vida, você não vai me vencer
Encontrarei meu porto seguro, meu caminho, meu norte, meu lar
 “Nem todo mal desse mundo vai me enfraquecer”

*Trecho extraído da música “Sobreviver e Acreditar” de Lucas Silveira

domingo, 14 de julho de 2013

Fim do ciclo


Vida que segue impondo barreiras
Te joga pra baixo e faz Deus parecer distante
Cada dia uma provação
Cada dia uma eternidade

Túnel sem fim e estrada inserta
Vida desregrada que disfarça a realidade
Mas o sangue se torna puro novamente
Ao abrir dos olhos o sol mostra que nada mudou

Tudo continua lá
Tudo continua sem cor
Tudo continua sem gosto
Ou seria o nada?

E o que dizer quando as palavras não explicam mais?
Quantas línguas mais são necessárias usar?
Nem todos os sinais do mundo parecem ser suficientes

E o que pensar quando nenhum pensamento parece claro?
Quantas respostas ainda deixar de ter?
Nem todas as teorias parecem fazer sentido


O sentimento mais forte se torna a ausência do mesmo
O buraco cresce na mesma proporção em que as forças diminuem
E nenhuma direção parece mostrar uma nova perspectiva

Forças pra sorrir
Forças pra levantar
Forças pra continuar
A busca continua

O fim do ciclo é esperado ansiosamente
Não se sabe até onde aguentar