domingo, 27 de janeiro de 2013

Contradições de um amor amigo


Como é grande
Como é difícil
Como custa caro

Tenho a sensação de ter esperado isso a vida inteira
Como proceder agora?

Como é intenso
Como é único
Como é novo

Deparo-me com o desconhecido
Enfrento ou me acovardo?

Ouço tuas declarações
Todas são claras
Todas fazem sentido
Mas não te vejo agora quando olho para o meu lado

Percebo como ficas bem aqui
Vejo em teus olhos
Sinto na tua calma
Mas sempre chega a hora da despedida


Como é sincero
Como é indispensável
Como é insubstituível

Tantas sensações ao mesmo tempo
É possível dar conta de tudo?

Como é distante
Como é próximo
Como é contraditório

Percorremos de um extremo ao outro
Por onde anda a bifurcação dessa estrada?

Entendo meu papel em tua vida
Percebo que posso mais
Não temos dúvidas sobre isso
Mas o passo ainda parece maior do que as pernas

Nem um terço lhe foi entregue
Apenas uma pequena parte lhe foi apresentada
O restante permanece aqui guardado
Mas a data da entrega permanece em aberto


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O resto é nada mais


E mais uma vez bastou nós dois para uma noite perfeita
Assuntos que nunca faltam
Conversa que flui naturalmente
Éramos você e eu, o resto não passava de um detalhe

E mais uma vez fica a vontade de mais e mais
Horas que passam incrivelmente rápido
Noite que se vai em um piscar de olhos
Sol nascendo para contemplar mais uma breve despedida

Como se explica um entendimento tão fácil?
Como não pensar no próximo capítulo antes mesmo do fim deste?

E mais uma vez não faltavam os costumeiros sorrisos
Abraços que, a cada momento, renovam nosso laço
Brincadeiras e pequenas provocações que espantam o tédio de uma relação comum
Silêncio que se apresentava apenas para que o beijo tivesse seu espaço

E mais uma vez não havia lugar para uma amizade e um amor latente
Sentimento que se mostra o tempo todo
Emoção evidente aos olhos mais cegos
Troca plena com respostas imediatas

 Como se explica essa sintonia ímpar?
Como não pensar em multiplicar as páginas desse livro?


Neste roteiro quem tem a sua direção encontro o que não era procurado
O que não era conhecido e que se mostrou
O que não era esperado e que se apresentou

A resposta, no entanto, parece não existir em palavras
Você diz que elas apenas não são suficientes para explicar
Então que seja como em meus sonhos
Seríamos eu, você e o resto é nada mais

sábado, 5 de janeiro de 2013

Sonho sem hora marcada


E quando eu não puder mais te fazer sorrir, não sei qual será o objetivo deste dia ao acordar, pois não planejo mais nada que não te envolva e mais nada que você não possa fazer parte.

E quando eu não puder mais sonhar, deixarei pra você as músicas, os textos e as fotos que montam o diário da nossa história, junto às palavras que foram ditas e as que você pôde ler em meus olhos, em minhas lágrimas.

Mas enquanto isso não acontece parto mais uma vez ao teu encontro, estando certo de receber mais uma dose desta sensação sublime. Mais uma dose de respiração ofegante, olhares que dizem tudo, frio na barriga e bocas que não param de se tocar. Mais uma dose do cheiro que vicia, do gosto do qual dependo e da companhia que não se compara a nenhuma outra.


E se em algum dia eu atravessar a rua ao te encontrar, saiba que o amor não morreu, saiba que permanece vivo, mas de tão grande que é, respeitará teu espaço assistindo de longe a felicidade que eu não pude te dar.

E quando chegar o dia em que eu estiver em pedaços, não poderei contar com você para junta-los, pois será exatamente a tua ausência permanente que me deixará assim.

Mas enquanto isso não acontece parto mais uma vez ao teu encontro, estando certo de ouvir novamente no fim da noite você dizendo que é difícil me deixar. Parto pra depois ler suas mensagens onde diz que não existe sincronia como a nossa, beijos como os nossos, entre tantas outras palavras que me deixam lucidamente perdido.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O amanhã que nunca chega


Estou esperando pelo dia
Esperando pelo momento
O momento de deixar de esperar

Estou buscando respostas
Buscando entender
Entender qual é o caminho

E quando eu chegar a este lugar saberei de fato?
Reconhecerei o mundo a minha volta?

Estou me defendendo do mundo
Me defendendo da dor
A dor da ausência, da insatisfação e do vazio

Estou enxergando as dificuldades
Enxergando que pouco vejo
O que vejo e não aceito

E quando eu chegar a este lugar, quem será minha companhia?
Reconhecerei se não for quem eu penso ser?


Eu sigo sem esperar nada em troca
Esperar que fizesse por mim o que eu faria
Faria apenas pelo prazer de fazer

Eu sigo procurando o outro lado
Procurando meu 2º capítulo
O capítulo que possa ser o último

E quando eu encontrar estarei satisfeito?
Me darei conta de que consegui?

Eu sigo perdidamente lúcido
Perdido sabendo o que estou fazendo
Fazendo sem saber o que há no fim

Eu sigo aqui querendo não estar
Querendo outro ar
O ar que eu não deixe mais de respirar

E quando os pulmões estiverem cheios eu devo parar?
Quem estará comigo a respirar?