segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

"Feliz" Noite



O meu presente não virá hoje
Será apenas mais uma noite longe do meu melhor
Longe de todas as sensações que eu sonho em ter sempre

Que esta noite seja breve então
E assim eu não precise invejar a felicidade alheia
Não precise questionar certa ausência

Palavras me faltam em meio a este turbilhão de pensamentos
Acompanham questionamentos que não terminam

Todos estão aqui e mesmo assim a mesa está incompleta
Sempre existe um espaço que ninguém mais pode preencher


Não encontro no significado desta noite respostas que preciso
Não encontro remédio para a falta de ânimo
Para falta de interesse em tudo

Todos parecem programados a sorrir
Todos brindam o que esquecem o restante do ano
Enquanto isso, eu sei exatamente aonde gostaria de estar

Gostaria de brindar em minha taça preferida
Brindar o amor desconhecido

A celebração da paz e felicidade que conheci
Brindar a despedida da saudade

Então eu fecho os olhos e brindo
Posso ver o sorriso, sentir o cheiro

Sou feliz por alguns instantes
Logo acordo e percebo que ainda estou aqui

Feliz Natal

sábado, 22 de dezembro de 2012

Se algum dia eu não acordar



 Se algum dia eu não acordar
Saiba que ainda assim estarei com você
Saiba que te carregarei pra sempre comigo

Se algum dia eu não acordar
Lembre-se que aprendi o amor quando te conheci
Lembre-se que teve a minha melhor versão

Se acontecer, ouça na memória todas as minhas declarações
As inéditas, as escritas, as sentidas

Se algum dia eu não acordar
Saiba que deitei pensando em ti
Saiba que se eu acordasse, tu serias meu primeiro pensamento

Se algum dia eu não acordar
Lembre-se do que fica pra sempre
Lembre-se do peso de suas palavras

Se acontecer, ouça na memória todas as minhas declarações
As choradas, as sorridas, as cantadas


Se algum dia eu não acordar
Saiba que eu poderia correr pra você ao me levantar
Saiba que me deitaria ao teu lado na última noite

Se algum dia eu não acordar
Saiba que o dia anterior terminou como todos
Saiba que a saudade me fez companhia até o fechar dos olhos

Se acontecer, ouça na memória todas as minhas declarações
As curtas, as longas, as silenciosas

Se algum dia eu não acordar
Saiba que te amei até ontem
Saiba que te amarei de onde eu estiver

Se algum dia eu não acordar
Saiba que teu sorriso era o meu prêmio
Saiba que ter te conhecido foi um presente

Se acontecer, ouça na memória todas as minhas declarações
As completas, as interrompidas, as impronunciáveis

As que só você entendia
Os gestos, os olhares

domingo, 16 de dezembro de 2012

Paz, muralhas e batalhas



Eu quero a paz, mas ela não me ouve.
Perco batalhas e mais batalhas, esperando vencer a guerra ao final.

Acordo forte e sinto que nenhuma muralha pode me deter, mas em questão de segundos o mundo parece desabar sobre meus ombros.

O tempo parece passar cada vez mais rápido.
Vejo o mundo girando ao meu redor e eu preso a correntes.

Vivo no fio da navalha junto a uma corda bamba, 
indo longe e voltando logo, como se não tivesse ido de fato.

A cabeça não para, sonha e deseja, mas acordo no escuro, 
sem uma única vela que possa me ajudar nessa noite que não acaba.

E quando as cores parecem superficiais, assim como falsos sorrisos, 
voltemos aos tons mais básicos, ao cinza, ao preto e ao branco. 
Mais sérios, menos comuns, mas muito mais verdadeiros e singulares.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Apenas um dia



Um dia sem saudade
Sem viver seus dias como se fossem meus
Sem esse vazio

Um dia sem lembrar do cheiro
Sem lembrar do abraço
Sem querer seu beijo

Um dia sem acordar e já lembrar de ti
Sem que você seja o último pensamento desse mesmo dia
Sem querer sua voz grave

Um dia sem sonhar acordado
Sem planejar o que não posso
Sem te querer aqui


Um dia sem esperar por você
Sem esperar pelo seu “bom dia”
Sem esperar pelo seu “boa noite”

Um dia sem querer ajeitar seu cabelo
Sem querer te olhar nos olhos
Sem querer dizer que te amo

Um dia sem querer ser seu
Sem te amar
Sem lembrar do seu corpo

Um dia sem querer dormir ao seu lado
Sem querer acordar em seus braços
Sem te querer pra mim

Apenas um dia

domingo, 25 de novembro de 2012

O beijo



O tempo para e ao mesmo tempo avança em uma velocidade absurda
O lugar pouco importa, pois se torna perfeito quando acontece o toque

Em segundos, um turbilhão de sentimentos intensos preenche tudo
O ar se torna rarefeito, sendo necessário parar algumas vezes para recomeçar

O coração acelera e bate loucamente
O gosto é único, assim como a textura dos lábios

As línguas passeiam cuidadosamente umas pelas outras
Quando ela está toda dentro da minha boca, retribuo sugando-a delicadamente


Percorro cada parte, cada canto dos teus lábios
Como se eu estivesse desenhando a boca que já é perfeita

Em certos momentos sinto seu sorriso
Sorri enquanto o beijo nos torna apenas um

O cheiro que vem da boca me desarma totalmente
E quando você chega ao meu pescoço, as palavras não são suficientes

É a minha declaração de amor sem palavras
Sou eu dizendo o quanto te amo

Fico entregue
Fico em suas mãos
Sou teu

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Outubro



Foi quando em uma noite despretensiosa tudo começava a mudar
Quando voltei pra casa pensando como eu havia me divertido
Quando refleti sobre minha simpatia a pessoas estranhas

Foi quando a vida começou a me mostrar o verdadeiro amor
Quando eu comecei a me perder
Quando a emoção começou a esmagar a razão

A bifurcação então escolheu por mim

Foi quando o errado começou a me parecer certo
Quando certas regras passavam despercebidas
Quando passei a sonhar acordado todas as horas do dia

Foi quando descobri quem eu era de verdade
Quando passei a ser entendido em poucas palavras
Quando ouvi sobre mim até o que eu mesmo não enxergava

Um novo capítulo então se iniciava
 Foi quando tudo que eu havia sentido passou a ser questionado
Quando um simples telefonema podia mudar meu dia
Quando um abraço passou a ser aguardado como o último

Foi quando o teu sorriso se tornou o meu
Quando a tua felicidade era a mesma que a minha
Quando tua vida era vivida por mim

Encontrei então o que nunca procurei

O que hoje é indispensável e insubstituível
O que hoje não me vejo sem
Algo do qual não quero me despedir
Te encontrei então

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Partes suas em mim



Lugar
Qualquer um onde você esteja

Preocupação
Sempre que estou longe de ti

Prazer
Faz parte de mim quando te tenho

Palavras
Nada dizem diante do que sinto

 Paixão
Ecoa em meu peito a cada encontro


Abraço
Meu berço preferido

 Cheiro
Sempre me parece ser o melhor perfume

 Beijo
Não me atrevo a tentar explicar

Saudade
Já passou a ter outro significado

 Amor
Pude perceber agora o que é

 Você
Minha estrela, meu presente

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Erro certo


Tento em vão sair deste quarto escuro, desta prisão. Sei que existe todo um mundo lá fora, mas me pego preso ao erro mais certo desta minha breve passagem por este plano.

Tentar ignorar ou esquecer é perder tempo, pois as marcas foram gravadas na pele com navalha, como tatuagem que não se apaga. A cada novo episódio, menos é possível se entender. O termo "inexplicável" finalmente parece fazer todo sentido, parece ter alguma explicação. Percorro fronteiras tênues e vivo conflitos internos na tentativa de encontrar as palavras certas, as respostas, o gesto mais adequado, o caminho menos indolor.


Vivo um desespero sóbrio e uma revolta lúcida por não depender das minhas próprias forças para transpor barreiras que a vida me impõe, barreiras que impedem a transformação do sonho em realidade, que impedem a transição de breves momentos de felicidade em felicidade plena.

Escolhas racionais seriam tão mais simples, mas o idiotismo do coração insiste em falar mais alto. Ele escolhe, decide, resolve ou não resolve de fato.
Trabalho a autossuficiência, mas ele, o coração, teima em medir forças numa proporção covarde, tamanha diferença entre a emoção e a razão. Tu sabes que é errado, insisti no erro, vive breves momentos de felicidade e outros intermináveis de vazio no peito e dor que se manifesta de forma física. Ainda assim fica aguardando de forma desesperadora por mais uma dose dessa irresponsável história. Irresponsável pelos riscos, pela intensidade, pelo tamanho e pela incerteza mais certa de todas.

“Pudera eu viver sem coração”

*Trecho extraído da música "Cada poça dessa rua tem um pouco de minhas lágrimas" da Fresno.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Seu anjo. Meu guia

Fui escolhido para te fazer sorrir
Para transformar seus dias tristes

Fui escolhido para ser seu confidente
Para te devolver palavras de apoio

Recebo em troca sua felicidade que passa a ser minha
Me torno quem eu mesmo desconhecia
Sou seu ajudante e mensageiro

Fui escolhido para reescrever sua história
Para te dar o final feliz que merece

Fui escolhido para te proteger
Para evitar suas lágrimas

Recebo em troca o seu bem estar
Me torno quem eu nunca fui
Sou seu guardião e amigo

Fui escolhido para te dar noites mais tranquilas
Para te fazer dormir em um berço de carinho

Fui escolhido para ser seu abrigo
Para te acolher nas horas mais frias

Recebo em troca o seu sossego
Me torno alguém melhor
Sou seu anjo e você meu guia

Fui escolhido para te acolher em meu peito
Para ser a sua moradia

Me torno seu porto seguro, seu teto
Fui escolhido para te atender a qualquer hora

Para ser a cura da sua insônia
Passo a ser você e esqueço de mim

Fui escolhido para que você ouça todos os dias, “eu te amo”
Para que a dose de amor seja sempre suficiente
Para que sempre exista um amigo ao seu lado

Fui escolhido por você

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sem mais, sem menos


Eu só queria poder mergulhar de cabeça como nunca feito antes
Mas não saber o que esperar amanhã, me traz de volta ao chão
Não procurava, mas encontrei

Passei a sonhar acordado, deixando a racionalidade de lado
Procurei estar em outros lugares e ignorar impulsos
Não consegui, voltei

Tento desviar o olhar, me ocupar de outras formas
Percebo que não existem muitos espaços para outros pensamentos
Paro, respiro


Fingi viver o agora, mas falhei, pois o amanhã não me deixa interpretar
Ele insisti em questionar os riscos dos próximos dias
Tentei, me perdi

Eu só queria não ter que pensar sempre nisso
Mas já parece fazer parte do meu cotidiano
Durmo, mas logo acordo

Passei a ignorar o que deveria ser feito
Procurei pelo erro mais certo da minha vida
Vivi, senti
Vivo, sinto

sábado, 22 de setembro de 2012

Muito prazer amor



Quando a distância chega a fazer doer o peito, possivelmente você está diante de algo nunca sentido, nunca vivenciado, nunca pensado e que jamais procurou. 

A racionalidade não pode explicar esse tipo de escolha e muito menos nos mostrar os caminhos e as respostas mais adequadas para lidar com tudo isso.

Quando o seu tempo voa na companhia de alguém, possivelmente você vai precisar passar muitos e muitos anos com ela para que finalmente o tempo volte a sua normalidade e você possa viver na velocidade normal do seu batimento cardíaco.


Quando seu primeiro e último pensamentos do dia estão na mesma pessoa, possivelmente você encontrou o que não procurava, o que não conhecia, mas que agora não se imagina viver sem.

Então é isso que é o amor? Muito prazer.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A cada encontro


A cada encontro, sempre a mesma sensação
Sempre como se fosse a primeira vez
A cada encontro, sempre o mesmo frio na barriga
Sempre como se tivesse havido um intervalo enorme desde a última

Muda a respiração
Muda a temperatura do corpo

A cada encontro, sempre a mesma paz
Sempre como uma anestesia de felicidade ímpar
A cada encontro, sempre o mesmo sorriso
Como se até ontem ele tivesse outro sentido

Muda o batimento cardíaco
Muda a intensidade do olhar


A cada encontro tenho mais certeza
Certeza de que eu nada sabia sobre o amor até então
A cada encontro as mesmas dúvidas
Não saber exatamente como agir passou a fazer parte desse cotidiano inédito

Muda o meu jeito de ser
Muda o que eu fui até ontem
Muda porque não existe mais nada

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O tempo



Avançar no tempo talvez fosse a solução para hoje
Não resolve, mas amenizaria o vazio que ficou
Não resolve, mas me traria a rotina de aprender a conviver sem a minha melhor companhia

Os dias não são mais os mesmos a partir do que foi perdido
As obrigações são realizadas automaticamente, sem prazer, sem emoção, sem expectativa

Voltar no tempo talvez fosse a solução para hoje
Resolveria, pois seria possível fazer tudo diferente
Resolveria, antecipando o que é sentido agora, talvez mudando respostas, decisões e atitudes
 Quando acordo já penso em voltar a dormir
Quando deito as lembranças me fazem ficar acordado mais tempo do que deveria

Que o tempo cure, apague ou modifique
Que o tempo passe, acalme ou não exista mais

O tempo que há dias atrás me fazia feliz como nunca e que agora parece não passar
O tempo que não se entende e que poderia muito bem me trazer tudo de volta

domingo, 9 de setembro de 2012

Biblioteca da memória




Seguidas horas em sua companhia não bastam
A saudade veio logo após o “me liga quando chegar em casa”

O tempo parece nunca ser suficiente
As horas voam em um piscar de olhos

Que venha o dia em que a despedida não seja mais necessária
No máximo um breve “até mais tarde”

Cada momento foi aproveitado como se fosse o último
Não há uma outra forma de curtir tua presença


Sempre intensa em cada sorriso, cada passada de mão pelo cabelo, cada olhar
Tudo registrado para o filme que reúne os melhores momentos de minha vida

Minha galeria ganhou novos quadros
Meu romance mais um capítulo de um final ainda desconhecido

O amor finalmente se apresentou de verdade
A saudade passa a ter outro significado

Eu não sabia de nada
Eu não te conhecia

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Eu seria



Eu seria seu hoje, amanhã e depois
Tentaria fazer do seu dia, sua noite a melhor possível

Eu seria a sua melhor companhia
Tentaria ser quem você nunca teve ao seu lado

Aproveitaria cada minuto ao seu lado como se fossem os últimos
Aproveitaria cada olhar, cada sorriso e guardaria na memória um lindo quadro teu


Eu seria seu melhor amigo quando assim você precisasse de mim
Tentaria ser a pessoa que você nunca conheceu

Eu seria a peça que falto no seu quebra-cabeça
Tentaria ser o encaixe perfeito em sua vida

Aproveitaria cada brisa com seu cheiro
Aproveitaria esse ar para respirar a saudade de ti

Eu seria quem sou nos breves momentos em que estou com você

sábado, 18 de agosto de 2012

É ruim...


É ruim quando você me deixa assim de repente
Quando você não é tão calorosa como de costume

É ruim não saber em que hora do dia poderei falar com você
Não saber se vou de fato falar

É ruim querer estar por perto sempre
Só ter algumas migalhas do seu tempo

É ruim estar preso as suas lembranças
Tê-las como minha única companhia
 É ruim quando chega a hora da despedida
A saudade que surge ainda no último abraço

É ruim quando você não é tão imediata como na maioria das vezes
Me abandonando por intermináveis 30 minutos

É ruim quando lhe entrego meu último abraço
Seguir sem saber quando será a próxima vez

É ruim quando precisa de mim
Quando uma enorme barreira nos separa

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

17:30 de um sábado


A noite chegou e aqui está vazio agora
O silêncio remete a um passado recente onde tudo era muito mais feliz

Se foi o cheiro, se foi à pele
Ficou a espera pela próxima vez em meio às lembranças que você deixou

Foram horas respeitando limites que eu não conhecia até então
Ao mesmo tempo em que eu estava muito perto, estava longe e assim precisava ser


Longe de um amor jamais sentido nessas condições
Era como querer curar uma sede enorme

Eu podia tocar o copo, sentir o suor, mas não beber da água
 Resolvo então esconder o que já tomou conta de mim

Percebo que meus olhos me entregam junto com a minha respiração
Me vejo desarmado, sem defesa e sem poder bater de frente com esse desconhecido 

Querer o que eu não posso tocar soa como uma canção
Uma angustiante canção em uma longa ópera do Rock and Roll

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A dose ideal para esquecer. A dose ideal para me fartar


Foram apenas 24 horas
Parecem 24 dias
Onde foi parar meu apetite?
Onde foi parar a alegria de outrora?

Sofro de uma doença
Preciso da droga certa, na medida exata
A dose ideal para esquecer
A dose ideal para me fartar

Mas quando poderei me fartar?
Poderei de fato?
O errado me parece tão certo
Onde está a diferença entre eles?


Busco explicações que ainda não tenho
Espero que o tempo fale por mim então
Mas quanto tempo?
Quando vai passar?

O que virá depois?
Onde estaremos?
Nossas promessas ainda estarão de pé?
Estarei escrevendo ao invés de dizer?

As respostas podem ser apenas palavras ao vento
Podem ser o que falta para saciar minha sede
Podem ser o que falta para entender
Podem me deixar ainda mais perdido

Preciso da droga certa, na medida exata
A dose ideal para esquecer
A dose ideal para me fartar