Você me escreveu
puxando um assunto qualquer e depois de algumas palavras respondidas disse que
queria me ver. Relutei porque automaticamente me lembrei de como foram os
últimos encontros, onde uma tristeza enorme tomava conta de mim por não ter
mais o que tinha antes, por ter que me contentar com muito menos do que tive,
do que provei, amei, sonhei e jamais quis deixar de ter. Mas você insistiu e eu
acabei concordando.
Nos encontramos e no
1º momento um forte abraço. Meu coração disparou ao mesmo tempo em que um rio
de lembranças se manifestava em forma de lágrimas. Enxuguei rápido e disfarcei.
Seguimos para a praia no final da tarde. Não estava tão quente e podemos sentar
juntos a brisa do mar para conversar e afastar o abismo gigante que nos
separava.
Seu sorriso era
perfeito como sempre. Você parecia ainda mais linda do que a mais linda do
mundo que tantas vezes vi e amei. Em você eu não via tristeza, só via felicidade,
um frescor e uma leveza rara. Era você sendo você e despertando em mim
múltiplas sensações.
Começamos de forma
simples, falando do trabalho, do que fizemos nos últimos meses, de coisas bobas
e logo estávamos falando de como éramos, de como nos divertíamos e de tantos
bons dias e noites que tivemos. Eu controlava as lágrimas que insistiam em
transbordar de mim a cada momento que era relembrado. Ao mesmo tempo eu pensava
comigo mesmo que tudo o que era falado ali poderia se multiplicar e multiplicar
sem parar por tantos e tantos dias. Batia um lamento sem tamanho e eu seguia na
luta para me manter ali.
Falamos por horas até
que o silêncio nos pegou. Por alguns minutos eu só te olhava, enquanto você
olhava o mar, espiava o celular, me olhava um pouco e repetia esse processo
algumas vezes. Eu só podia te olhar, olhar e olhar, curtindo essa beleza rara
que Deus lhe proporcionou. Eu estava ali sentindo saudades da minha namorada.
A pergunta que tantas
vezes te fiz vinha a minha cabeça: Quer casar comigo? Mas eu não repeti, apenas
guardei comigo aquele desejo. Sem dar sinais você quebrou o silêncio: Ainda sou
o amor da sua vida? Não havia outra resposta que não fosse “para sempre”. Sua
réplica foi um beijo como o 1º que tivemos, com um tempo que não se podia
medir, um lugar que não se podia imaginar, sensação que não se podia explicar.
Ao mesmo tempo em que eu não queria interromper aquele beijo perfeito, ímpar e
de gosto único, eu precisava abrir os olhos para te olhar e tentar entender.
Mas às 08:30 h o celular despertou e eu acordei.