domingo, 16 de fevereiro de 2014

Quedas


Vão sempre te puxar para baixo
Vão sempre te impor correntes
Vão sempre te cercar de barreiras

Outros dirão que não é possível
Outros dirão para que desista
Outros dirão que é perda de tempo

Alguns lançarão olhares tortos
Alguns farão pouco caso
Alguns estarão sorrindo com desprezo

Mas se te derrubam você levanta
Se te matam você vai renascer
Se te machucam a cicatriz vai te lembrar de onde errou


A direção é ditada por nós
A altura é ditada por nós
A duração é ditada por nós
O tamanho, o sabor e o valor também

Portanto ninguém sabe mais de você do que você mesmo
As decisões são suas
Os resultados são seus

As opções estão em cada esquina
O medo não pode te impedir de escolher uma delas
Viver em vão é apenas sobreviver

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Paz roubada


A paz chegou, aparentou ser plena, mas novamente me foi roubada. Parece nunca perdurar. Ela se aproxima, diz que vai ficar, mas logo levanta mais uma vez a dúvida sobre a sua permanência.

Caminhos em forma de parábolas, levitações e logo à frente o chão duro que em nada amortece a queda. A ferida abre, mas a droga que cura logo se faz presente. O processo de cicatrização é iniciado mais uma vez. Em doses homeopáticas tudo se repete num ciclo que parece não ter fim. Paralelamente o tempo parece imensurável. Início, meio e fim se misturam em um gigante turbilhão de idas e vindas.

Sol e frio, noite e dia, tudo e nada.
Seria possível ficar para não mais partir?
Seria possível que os momentos vividos através dela se multiplicassem?
Seria possível que o temor pela partida definitiva deixasse de me abraçar dia após dia?


Paz que vai sem dizer quando volta e se volta. Paz que volta sem dizer se voltará a partir. Paz que dura pouco e que vale a vida toda.

Paz sonhada, ainda que eu não esteja dormindo. Paz cega e lúcida. Paz chorada e sorridente. Paz escrita na primeira e na terceira pessoa. 
Paz do verbo viver, do verbo amar.