A paz chegou,
aparentou ser plena, mas novamente me foi roubada. Parece nunca
perdurar. Ela se aproxima,
diz que vai ficar, mas logo levanta mais uma vez a dúvida sobre a sua
permanência.
Caminhos em
forma de parábolas, levitações e logo à frente o chão duro que em nada amortece
a queda. A ferida abre,
mas a droga que cura logo se faz presente. O processo de
cicatrização é iniciado mais uma vez. Em doses
homeopáticas tudo se repete num ciclo que parece não ter fim. Paralelamente o
tempo parece imensurável. Início, meio e
fim se misturam em um gigante turbilhão de idas e vindas.
Sol e frio,
noite e dia, tudo e nada.
Seria possível
ficar para não mais partir?
Seria possível
que os momentos vividos através dela se multiplicassem?
Seria possível
que o temor pela partida definitiva deixasse de me abraçar dia após dia?
Paz que vai sem
dizer quando volta e se volta. Paz que volta
sem dizer se voltará a partir. Paz que dura
pouco e que vale a vida toda.
Paz sonhada, ainda
que eu não esteja dormindo. Paz cega e
lúcida. Paz chorada e
sorridente. Paz escrita na
primeira e na terceira pessoa.
Paz do verbo
viver, do verbo amar.
Eu estava aqui o tempo todo só você não viu
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