A
cicatrização foi lenta e muitos curativos foram utilizados de forma paliativa. Ao
longo dos meses, várias doses de diversos medicamentos não convencionais foram
administradas. A morfina da vida se fazia presente em sessões que minimizavam, mesmo
que temporariamente, o estrago.
O
sangue foi derramado e estancado muitas vezes. A febre dava sinais de que o
corpo estava doente e gritando. Faltava ar, faltava caminhar, faltava olhar em
volta e perceber outros caminhos.
O
tratamento parecia não resolver a vulnerabilidade de forma definitiva. Foram
altos e baixos cercados de maquiagem e assim poucos poderiam enxergar de fato o
que retratava aquele semblante.
Havia
um mar de lama. Eram decepções em cadeia e uma sequência de perguntas sem
resposta. Havia uma única opção. Era não voltar, estando cada vez mais distante.
Foi quando aquela ópera aparentemente interminável parou de tocar.
Após
meses um novo dia amanheceu, o ar deixou de ser rarefeito, a ferida virou
apenas cicatriz e uma nova canção tocou.
Cicatrização (slsjr)
#apartirdeuminstante
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