Noite de breve insônia e calafrios resultantes de uma febre psicológica. Ao fundo, versos cantados em meus ouvidos faziam com que meus pensamentos ficassem cada vez mais densos e complexos.
Ora um rosto de pele morena e cabelos castanhos se fazia presente, me apresentando a ficção da vida real. Ele poderia perfeitamente ser o calor para uma noite fria e a cura para as minhas cicatrizes. Simultaneamente as músicas que eu ouvia pareciam ganhar a forma de uma verdadeira história, onde a cada capítulo eu parecia ser um dos principais personagens.
Era como se eu mesmo pudesse ter escrito aqueles versos ou pelo menos parte deles. Eles falavam por mim, me remetiam a um passado que insiste em se fazer presente, a um futuro que se prende às velhas novidades, me faziam refletir, pensar, sorrir e chorar num misto de sensações como sal e doce, chuva e sol, dia e noite, calor e frio.
Contudo me confortavam, mas logo dando lugar a um turbilhão de sentimentos que me levava a outra dimensão. Muito longe e ao mesmo tempo muito próximo daqui, onde eu encontrava a parte que falta, o que me faria completo, mesmo não tendo certeza sobre o tamanho da peça que vai finalizar o quebra-cabeça da minha vida.
Por hoje, me dou por satisfeito com mais alguns acordes melancólicos, novos transes musicais e um pouco mais dessa falsa anestesia.
“Após ouvir músicas do projeto Visconde de Lucas Silveira”
slsjunior
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